Andei meio ocupada ultimamente e, confesso, com uma preguiça imensa de vir aqui. Mas estava, hoje, ouvindo música (Corcovado, para ser mais específica) e me dei conta da saudade que estava daqui. Acho que é porque aqui, nesse lugarzinho tão besta, eu posso me encontrar com pessoas tão difíceis de se encontrar e posso, acima de tudo, me encontra. E me perder. Me perder em um mundo que não é o meu mundo de todos os dias mas que, de certa forma, faz parte de mim. Complicado, eu sei. Mas é que deu saudade mesmo. E eu não sei sobre o que vou falar, porque eu não quero falar do Caetano Veloso e seus Leõezinhos. Nem quero falar de saudade, de vontade e de receios. Não quero falar de rotinas e nem descrições sobre expectativas futuras. Acho que quero falar sobre agora. Falar de "João e Maria", que está tocando aqui, de como é linda essa música e de como eu queria que alguém tivesse escrito essa música pra mim. Ah, mas que pretensão, concordo. Mas que dá vontade de ouvir alguém de um sorriso lindo falando bem baixinho: "e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz", ah, isso dá, né? E que vontade maior ainda de fugir pra algum lugar bem longe daqui. E nunca ter que dizer que "era fatal que o faz-de-contas terminasse assim". É, acho que já vou indo. E me aproveitando do Chico de novo:
Com açúcar, com afeto.
Com açúcar, com afeto.
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração.
(Desafinado - Tom Jobim)
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração.
(Desafinado - Tom Jobim)