Eu sempre acredito que amanhã será o dia de mudar tudo de uma vez, de me assumir sem lacunas ou dúvidas, por completo mesmo. Só que o amanhã chega e me bate uma preguiça gigante de sair do meu espaço de conforto, porque é certo - ou quase certo - que ninguém vai entender o que eu quero dizer. E me dá um medo imenso de encarar o que é definitivo. E também porque é mais fácil, convenhamos, reclamar da vida do que torná-la mais leve e mais fácil. Hoje eu sinto saudade e nem sei dizer ao certo do que. É uma aflição louca, um mistura de vontade de chorar baixinho e sorriso escandaloso. Eu não sei enumerar meus motivos, mas alguma coisa me falta. Não sei se é só drama, mas as vezes sinto mesmo uma necessidade de alguma coisa que não sei citar. E Eu crio mil planos pra mim e eu mesma boicoto todos eles. A vida é tão cheia de ciclos e fases, não é? E eu me agarro desesperadamente ao conhecido. Eu evito mudanças drásticas, sabendo que são meus impulsos mais interessantes e busco o conforto da mesmisse. É ridículo, eu sei. Mas não há surpresas.