- "A gente pode até inventar desculpas pras coisas, mas acreditar nelas, não." E é incrível a nossa capacidade de inventar, acreditar e espalhar a desculpa pras coisas. Se uma coisa não dá certo, é culpa de fulano de tal; se você não recebe o amor que transmite, é culpa da outra pessoa; se você bomba, a culpa é do chato do professor; se você não vai a tal lugar, é culpa da sua mãe que é neurótica. É tão mais fácil culpar as outras pessoas, inventar desculpas pra os fracassos e tombos. O difícil mesmo é mentir pra si mesmo. Mentir pra os outros, tudo bem. Mas você sabe, lá no fundo, que a culpa da sua bomba é sua! Que seu amor não é recíproco, porque ele é falso! Que sua irresponsabilidade é que lhe priva de fazer as coisas na hora que você quer. - Disse Theo.
- Mas e aí? E depois de chegar a conclusão que, de fato, a culpa é sua? - Retrucou o amigo.
- Toda vez que me faço essa pergunta, uma voz chatinha e que parece sempre estar coberta de razão me diz pra eu tentar de novo. Que por mais que soe como clichê, como senso comun (e quem é que disse que só o senso crítico é que é plausível?), o mais certo, ou menos errado - dependendo de como você encara os fatos - é mesmo seguir em frente e tentar de novo.
Errar não é ser menos corajoso, menos forte. Errar é, na verdade, uma possibilidade de vitória, um caminho pra glória. Agora, persistir no erro e acreditar que o erro é da vida, do outro? Ah, aí, amigo, aí eu já não sei mais se vale a pena essa conversa toda.