terça-feira, 30 de junho de 2009

sem mais.

Na minha vida, as coisas quase nunca saem conforme eu planejei. Os cálculos finais nunca batem com o que estava estipulado nos rascunhos. Mas sempre cinco minutos depois tudo passa. Nunca menos que isso e raramente mais. Porque é assim mesmo que tem que ser, as coisas tem que passar, os dias tem que seguir, os ares tem de ser outros e a vida continua. Continua com ou sem qualquer um.
Só que esse sempre foi o seu problema. Não ser o um que não faz falta. O seu problema, meu bem, é ser problema sem solução. É ser vontade, virtude, complicação e fraude.
Pra mim, é difícil aceitar e entender que eu tentei te deixar pra trás, como todo o resto, mas não consegui. É difícil olhar os fatos, comprovar as dificuldades, ter preguiça, doer, ferver e, mesmo assim, não conseguir te colocar dentro de um prazo. Seu prazo de validade não venceu em cinco minutos. Por você, o meu gênio durão, egoísta e sempre tão irritantemente unilateral sumiu faz tempo.
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Só como justificativa: vou parar de postar aqui por uns tempos! =*

sábado, 27 de junho de 2009

de 0 a 100 km/h em 3 s.

Hoje eu tive uma vontade muito grande de chorar. E chorei. Chorei tudo que tinha para chorar, todo o choro que estava acumulado, todas as dores que estavam doendo, chorei de soluçar mesmo. Chorei o que eu não tinha chorado em todas as minhas decepções passadas. Abandonei a minha armadura, descontruí minha fortaleza e derrubei os muros que me envolviam. Fiquei vulnerável e muito frágil. Me senti como uma criança de cinco anos que se perdeu dos pais em um shopping. Olhei para todos os lados e não enxergava nada. Éramos só nós - eu e meu choro incontrolável. Chorei por aquele abraço que eu não dei, mas que sentia falta. Chorei por uma palavra pesada que nunca saiu da minha cabeça, por uma conversa que me marcou de um jeito ímpar. Chorei por só conseguir ver falsidade em tudo que me cercava, por não entender como as pessoas vem e vão em uma velociadade louca. Chorei de saudade. Mas uma saudade que não tem explicação. Saudade de quem está do meu lado, mas longe, longe de mim. Como se estivesse longe só de mim. E chorei, inclusive, por não conseguir parar de colocar em dúvida todas as coisas da minha vida. Tudo que sempre me pareceu tão certo, tão improvável de acabar, estava sendo perdido com o meu choro.
E em meio a tantas lágrimas, tantos soluços, surgiu ao meu lado três anjos me carregaram no colo e me levaram ao céu. Três anjos de ternura que seguraram a minha mão e me disseram que eu não estava sozinha. Três anjos que nunca mais vou esquecer, por mais que os nossos caminhos não sejam mais os mesmos, os meus três anjos sempre ficarão comigo. Qualquer palavra, frase, período, que seja, que eu tente colocar aqui não fará sentido e não atingirá a magnitude do que foi tudo o que vivemos - eu e meus três anjos. As lágrimas que antes machucavam e traziam lembranças doídas, estavam agora lavando tudo. Desciam e purificavam toda a minha essência. Como se estivessem curando todas as feridas e acalmando todos os tormentos. Agora, depois de tudo, eu só consigo olhar no espelho e enxergar uma menina forte. Uma menina cheia de vida e preparada para outras milhares de batalhas, outros incontáveis tombos e outras tantas crises. Como se todo aquele choro tivesse me deixado mais firme, mais confiante. E o que antes era só tristeza e solidão, era agora motivo de festa, de sorriso e uma vontade imensa de viver e estar cercada por gente que tem vontade de viver também.
E é por isso que eu não deixo de acreditar na bondade das pessoas. Não deixo de ver cor em todos os lugares que vou. Não deixo nunca de sorrir para a vida, sorrir para as pessoas. São por anjos como os meus e por outros milhares de anjos espalhados pelo mundo é que eu não me entrego aos desacertos da vida. E assim eu vou vivendo, com esse meu coração joão-bobo, que cai e levanta a todo instante. Vou seguindo a minha vida com esse coração que não se cansa de gritar aqui dentro que a vida pode ser muito melhor a cada dia.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sobre o tempo.

Provas, trabalhos, seminários, final de semestre. Menos tempo, menos ânimo, menos liberdade. Eita! O tempo encurtou ou nós é que o encurtamos? E em meio a tanta correria, a tanto tumulto, ainda me sobra um tempinho para abrir aqui e escrever alguma coisa. Por mais que não saia nada, que todas as minhas idéias e pensamentos estejam voltados para Sócrates, Platão, o início da Filosofia, as diretrizes educacionais dos anos 60, 70, 80 e 90, ainda sim é bom abrir aqui e escrever. E eu acho que quem encurtou o tempo fui eu, então, vou tratar de correr atrás do tempo que ainda resta, que eu tenho uma prova agorinha e outra amanhã cedo.



Aaahhh! E eu não estou reclamando não, viu? Pelo contrário, eu até gosto dessa correria toda. Dá a impressão que minha vida é dinâmica demais, moderna demais. E eu acho bacana essa coisa toda de mulher moderna, bem resolvida e estudada! =p

segunda-feira, 15 de junho de 2009

dias sim, dias não...

E um belo dia você olha para trás e percebe que já não é mais aquela menininha mimada de sempre, entende que as fantasias são descontruídas e refeitas de uma maneira incrível, vê que alguns bons amigos já não são mais tão amigos assim, que aquela pessoa inesquecível nem mora mais nas suas lembranças e pensamentos, compreende que aquelas suas verdades inquestionáveis caíram por terra e que suas teorias foram refutadas a tempos. E você já não enxerga mais aquela bondade que enxergava em alguém, já não guarda os mesmos segredos e nem tenta realizar os mesmos planos. É, tem um dia que a ficha cai e você se dá conta de que perdeu mesmo aquela pessoa querida, que os velhos tempos não voltam mais, que as conversas mudaram, as expectativas são outras e que o melhor dia da sua vida nem foi tudo aquilo que pareceu ser. Você nota que o perfume já não é mais o mesmo, as roupas mudaram, o corte de cabelo, as vaidades, até as normas gramaticais mudaram. E um dia, meu bem, você entende que a vida continua. Que ela não para um segundo. E que por mais que você queira voltar atrás, as mudanças são inevitáveis.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

paralelamente, nós.

linhas paralelas me perturbam, sabia?
gosto de pensar que elas progridem na mesma direção, mas fico inconsolável por nunca presenciar o encontro das mesmas.

er, mas o que isso tem a ver, não é?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

cenas do meu filme em branco e preto...

Sabe aquelas cenas que você imagina pra sua vida, mesmo sabendo que nunca vai acontecer? Aquelas dignas de filme que se eternizam. Um dia de sol, nos esbarraríamos, todos os meus livros de Filosofia e História Moderna cairíam no chão. E nós teríamos tanta, mas tanta coisa pra falar um pra o outro, que não falaríamos nada. Bastariam os olhares, o suspiro e o jeito que você me tomaria em seus braços e me daria um beijo, daqueles de cinema mesmo. E no som do corredor que estaríamos, começaria a tocar Bublé, claro. E nosso beijo marcaria o (re)começo de nossas vidas. Depois, sorrindo, um riso que estava preso a tanto tempo, você diria: "Vem ser feliz comigo?" E eu responderia: "Hoje e em todos os outros dias da minha vida". E nós dois casaríamos - na praia, como eu sempre quis -, teríamos uma filha linda, a Clara, e um filho lindo, o Téo, e viveríamos a vida toda juntos.

Ah, oi, vida real? Voltei.