sábado, 27 de junho de 2009

de 0 a 100 km/h em 3 s.

Hoje eu tive uma vontade muito grande de chorar. E chorei. Chorei tudo que tinha para chorar, todo o choro que estava acumulado, todas as dores que estavam doendo, chorei de soluçar mesmo. Chorei o que eu não tinha chorado em todas as minhas decepções passadas. Abandonei a minha armadura, descontruí minha fortaleza e derrubei os muros que me envolviam. Fiquei vulnerável e muito frágil. Me senti como uma criança de cinco anos que se perdeu dos pais em um shopping. Olhei para todos os lados e não enxergava nada. Éramos só nós - eu e meu choro incontrolável. Chorei por aquele abraço que eu não dei, mas que sentia falta. Chorei por uma palavra pesada que nunca saiu da minha cabeça, por uma conversa que me marcou de um jeito ímpar. Chorei por só conseguir ver falsidade em tudo que me cercava, por não entender como as pessoas vem e vão em uma velociadade louca. Chorei de saudade. Mas uma saudade que não tem explicação. Saudade de quem está do meu lado, mas longe, longe de mim. Como se estivesse longe só de mim. E chorei, inclusive, por não conseguir parar de colocar em dúvida todas as coisas da minha vida. Tudo que sempre me pareceu tão certo, tão improvável de acabar, estava sendo perdido com o meu choro.
E em meio a tantas lágrimas, tantos soluços, surgiu ao meu lado três anjos me carregaram no colo e me levaram ao céu. Três anjos de ternura que seguraram a minha mão e me disseram que eu não estava sozinha. Três anjos que nunca mais vou esquecer, por mais que os nossos caminhos não sejam mais os mesmos, os meus três anjos sempre ficarão comigo. Qualquer palavra, frase, período, que seja, que eu tente colocar aqui não fará sentido e não atingirá a magnitude do que foi tudo o que vivemos - eu e meus três anjos. As lágrimas que antes machucavam e traziam lembranças doídas, estavam agora lavando tudo. Desciam e purificavam toda a minha essência. Como se estivessem curando todas as feridas e acalmando todos os tormentos. Agora, depois de tudo, eu só consigo olhar no espelho e enxergar uma menina forte. Uma menina cheia de vida e preparada para outras milhares de batalhas, outros incontáveis tombos e outras tantas crises. Como se todo aquele choro tivesse me deixado mais firme, mais confiante. E o que antes era só tristeza e solidão, era agora motivo de festa, de sorriso e uma vontade imensa de viver e estar cercada por gente que tem vontade de viver também.
E é por isso que eu não deixo de acreditar na bondade das pessoas. Não deixo de ver cor em todos os lugares que vou. Não deixo nunca de sorrir para a vida, sorrir para as pessoas. São por anjos como os meus e por outros milhares de anjos espalhados pelo mundo é que eu não me entrego aos desacertos da vida. E assim eu vou vivendo, com esse meu coração joão-bobo, que cai e levanta a todo instante. Vou seguindo a minha vida com esse coração que não se cansa de gritar aqui dentro que a vida pode ser muito melhor a cada dia.